Depoimentos

 

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Bambi

Qdo estávamos treinando o nosso time de TR-4, a Voa Mesmo (Betão, Luciano, Zé Roberto, Bambi e eu), fazíamos 10 saltos no dia e no 11º fazíamos um “fun jump”. Como o Bambi estava muito chato, resolvemos pegar no pé dele. Ele tinha um gatinho de pelúcia que estava com ele o tempo todo. Neste último salto do dia, combinamos levar o gatinho de pelúcia para saltar, logicamente escondido do Bambi. Guardamos o gatinho embaixo do banco (dessa maneira ele não poderia ver). Na saída do avião, o Luciano pegou o gatinho e colocou na boca. O Bambi, vendo seu bichinho querido na boca do Luciano, começou a gritar em queda livre. Na hora do comando o Luciano deu o gatinho para ele Bambi. Estava tão nervoso que ao comandar deixou o gatinho cair. Chegou indignado no chão, pois todo mundo dizia, “putz, o gatinho morreu, que pena, etc, etc...). Pegou o carro e foi embora revoltado.

Bom, na semana seguinte iríamos participar de um campeonato paulista em São Jose do Rio Preto. Nós 4, menos o Bambi fomos de carro (ele foi de avião). Aí paramos num posto de gasolina e compramos um gatinho de pelúcia, daqueles MUITO vagabundos, achando obviamente que ele ficaria muito bravo ao ver nossa brincadeira. Para nossa surpresa ele gostou. Desapontados, nós combinamos de fazer ele gostar muito do novo gatinho e aprontar outra para ele.
Depois de uma semana, já de volta a Boituva, o Zé Roberto, acordou umas 5 da manhã e antes do inicio do nosso treinamento, pegou o gatinho adorado do Bambi. Retirou todas as bolinhas de isopor de dentro dele e o enforcou com uma cordinha e dependurou em uma árvore. Imagina o que ele fez qdo viu o seu novo bichinho, agora enforcado! Pegou o carro e foi embora novamente.

Mais umas semanas fomos pára outro campeonato, agora em Piracicaba. A noite, véspera do inicio da competição, ele Bambi queria ir pra farra. Nós queríamos descansar, para estarmos mais dispostos para o campeonato. De tanto insistir, resolvemos ( de mentira) aceitar sair, contanto que ele fosse tomar banho (ele não gostava muito). Dentro do banho o Zé Roberto trancou a porta do banheiro por fora. Qdo ele terminou o banho, tentou sair e percebeu que estava preso no banheiro. Ficou lá uns 20 minutos e depois de perder a paciência, começou a gritar e a se debater. Chegou a quebrar o espelho do banheiro. Nós percebemos que era melhor abrir a porta. Mas achamos que não bastaria. Sabíamos que ele nervoso daquele jeito, não iria mais querer sair. Bom, colocamos um monte de gelo na cama dele. Não deu outra. Ele saiu do banheiro, pelado, e revoltado disse que iria dormir. Ao se deitar sobre o gelo, deu um pulo pra fora da cama. Mais nervoso ainda, vestiu a roupa e foi embora. Porém de tão nervoso que estava, esqueceu de pegar carteira, documentos, etc. Bom, voltou para pegar as coisas dele, porem trancamos a porta e ele ficou de fora mais uns 40 minutos. Imagina o que aconteceu. Sumiu...hehhehehe.

Por fim, falamos a ele, que estávamos arrependidos de tanta zona com ele. Falamos que faríamos um TRV para ele impressionar umas meninas na área. Eu treinei ele para fazermos o primeiro biplano e o outros entrariam posteriormente. Insisti que ele deveria comandar rapidamente, para que ficássemos o mais perto possível na abertura dos velames. Bom, como ele não costumava olhar para fora e eu estava “fazendo” a reta. (Para os mais novos, isto era usual, fazer retas) fui para MUITO longe. Qdo estávamos a uns 10 KM da área eu disse:  Vamos lá, mas não se esqueça de comandar rápido, tá? Ele de maneira obediente saiu e comandou. Detalhe, só ele saiu !Nós todos ficamos no avião e o mesmo ficou dando voltas ao redor dele.
Depois voltamos para a área e fizemos o salto normalmente.
Uma hora e meia depois e após longa caminhada ele apareceu na área. Uma das meninas que ele queria impressionar perguntou a ele. “Marcos, porque vc não estava no TRV?”. Imaginem, ele, revoltado pegou o carro e foi embora.
Percebendo que estávamos perdendo muitos dias de treinamento, por ele sempre ir embora, resolvemos dar um tempo na brincadeira...  

                                                                                                 Por  
                                                                                                         Mauricio Catelli